Cantor estava internado no Rio de Janeiro desde 17 de março de 2021
O cantor, compositor e político Agnaldo Timóteo morreu
aos 84 anos de idade, vítima da Covid-19. Ele estava internado desde o dia 17
de março no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
"É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do
nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações
decorrentes do COVID-19 e faleceu hoje às 10:45 horas. Temos a convicção que
Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo
viverá eternamente em nossos corações! A família agradece todo o apoio e
profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha. A Família
informa que a Corrente de Fé, com pensamentos positivos e orações,
permanecerá, em prol de um mundo melhor! #LuzTimóteo!", diz a nota enviada
à imprensa.
Internado na UTI, Agnaldo estava em estado grave, segundo
seu sobrinho e assessor de imprensa, Timotinho. "Ele vem respondendo
positivamente ao tratamento, porém, seu quadro clínico é considerado
regular", disse Timotinho no último dia 20 de março. Agnaldo chegou a
tomar a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus.
No dia 19 de março, Timotinho tinha avisado que Agnaldo teria deixado a UTI e
estava melhor. "Ele está bem, tomou café da manhã e almoçou há pouco. Ele
está melhorando, claro que tem algumas complicações po causa da idade, mais o
AVC que ele teve um tempo atrás. Mas está tudo sob controle, não está intubado
e nem em estado grave", disse o sobrinho do cantor na ocasião.
Em 2019, Agnaldo ficou três meses internado após sofrer um acidente vascular cerebral, no Hospital
Geral Roberto Santos (HGRS). Na época, ele foi internado depois de apresentar
um quadro de pressão arterial alta, mas o quadro também foi compatível com um
Acidente Vascular Cerebral (AVC), em uma região mais específica, o cerebelo.
Agnaldo Timóteo Pereira nasceu em Caratinga (MG) em 16 de
outubro de 1936. Começou a carreira cantando no Grêmio Literário Nossa Senhora
das Graças. Em seguida, passou a apresentar-se nos programas da Rádio Sociedade
Caratinga.
De origem humilde, Agnaldo mal pôde cursar a sétima série do primeiro grau,
porque a profissão de torneiro mecânico lhe impedia de prosseguir os estudos.
Trabalhou também em Governador Valadares (MG) por dois anos, e, nas horas
livres, cantava nas emissoras locais educando a voz.
A grande oportunidade surgiu através do animador Aldair Pinto, que
o encaminhou às emissoras da capital, onde começou a ser conhecido na área de
abrangência da Guarani e da Inconfidência.
Mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar como
motorista da cantora Ângela Maria, que morreu em setembro do ano
passado, aos 89 anos. Paralelamente, continuava sua carreira e aos poucos
tornou-se conhecido nacionalmente pela sua voz.
Ficou famoso ao gravar a canção “Meu Grito”, de Roberto
Carlos. Depois disso vieram vários sucessos românticos, como “Ave-Maria”,
“Mamãe” e “Os Verdes Campos De Minha Terra”. Gravou mais de 50 discos e
permaneceu por muito tempo nas paradas de sucesso.
Polêmico e sem papas na língua, iniciou sua atuação como político a partir de
1982, quando foi o deputado federal mais votado da história do Rio de Janeiro.
Foi reeleito deputado federal em 1994. Em 1996 foi eleito vereador na cidade do
Rio de Janeiro. Tentou se reeleger em 2000, sem sucesso, e, em 2004, foi eleito
vereador em São Paulo.
Em 2010, concorreu a deputado federal de São Paulo, mas não
se elegeu. Em 2012, tentou uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo, mas não
foi eleito. Dois anos depois, tentou se eleger como deputado federal no Rio de
Janeiro, mas não foi eleito. Em 2016, tentou se eleger vereador no Rio, mas
também não foi eleito. Sua paixão pelo time de futebol Botafogo é conhecida
nacionalmente.
Em 2017, aos 81 anos, Agnaldo contou, no documentário Eu, pecador, de Nelson Hoineff, já ter tido relações amorosas com homens. O filme mostra as histórias de sua carreira, que se dividia entre shows impecáveis e uma campanha para tentar se eleger vereador no Rio de Janeiro.
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