O secretário-geral da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep), o líbio Abdalá El Badri, assegurou hoje (2/06/2016),
antes da reunião ministerial da organização, que o mercado petrolífero está se
reequilibrando e que os preços devem ser fixados pela oferta e pela procura.
“O mercado começou a equilibrar-se por si só. É um processo
que vai continuar até o fim do ano”, acrescentou El Badri, citado pela agência
EFE.
“Não temos um objetivo de preços, será o mercado que irá
ditá-los”, afirmou.
Um dos temas da agenda da reunião de hoje em Viena é
escolher, consensualmente, um sucessor para El Badri no cargo.
A falta de consenso no grupo – sobretudo entre a Arábia
Saudita e o Irã – para nomear um sucessor originou a manutenção do líbio em
várias ocasiões nos últimos anos.
Os ministros da Opep reúnem-se em Viena, no momento em
que o preço do petróleo tem registrado nas últimas semanas tendência de alta,
estando agora em torno de US$ 50.
Para alguns representantes no entanto, como o ministro da
Energia do Catar, Mohamed bin Saleh el Sada,US$ 50 por barril “não é um preço
justo”.
Também o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos,
Suhail Al Mazrouei, espera que a valorização do petróleo continue nos próximos
meses.
“O [mercado do] petróleo está se recuperando, mas ainda
não é suficiente. Ainda precisamos que se valorize um pouco mais para que
possamos sustentar os investimentos no setor”, destacou.
Por outro lado, o novo ministro do Petróleo da Arábia
Saudita, Jalid al Falih, assegurou que o seu país procura a estabilidade do
mercado e não quer um “choque” que ponha em perigo a recuperação econômica.
Na opinião de Al Falih, o mercado deve impor os preços.
“Não acredito que haja quem quer que seja que possa fazê-lo. Os preços subiram
demasiadamente, baixaram da mesma forma e estiveram muito tempo em um nível
demasiado baixo”, defendeu. “Agora, os preços estão em alta e acredito que
atingirão um nível moderado para permitir o investimento”.
Também o ministro venezuelano, Eulogio del Pino, apoiou a
“reivindicação do papel da Opep” para defender um preço justo, que permita os
investimentos necessários a fim de garantir o fornecimento energético.