A CPI que investiga o assassinato de jovens do Senado
Federal realizará sua primeira Audiência Pública no Rio de Janeiro, no
próximo dia 6 de novembro (sexta-feira), na sede da OAB. Depois de
fazer 21 reuniões em Brasília e em quatro estados, a Comissão, que tem como
relator o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e a senadora Lídice da Mata (PSB-BA)
na presidência, chega ao Rio para ouvir especialistas, pesquisadores e
entidades de direitos humanos e de segurança pública sobre a violência contra
juventude no estado.
Segundo relatório da Anistia Internacional, divulgado em
agosto deste ano, o Brasil teve mais de 56 mil vítimas de homicídios em 2012.
Dessas, cerca de 30 mil eram jovens de 14 e 29 anos e 77% de negros.
Em relação aos adolescentes, a situação nacional continua
dramática. O homicídio é a principal causa das mortes entre jovens de 16 e 17
anos, revelou a pesquisa Mapa da Violência 2015, que a CPI recebeu em junho. NoRio
de Janeiro, que representa o 11º lugar no ranking nacional, foram
assassinados 323 jovens, uma taxa de 62,5 mortes para cada 100 mil adolescentes
dessa faixa etária, isso não incluindo números referentes aos
“desaparecimentos”.
“Os números são chocantes e envergonham o Brasil. Temos de
ter políticas capazes de enfrentar o chamado genocídio da juventude negra”,
enfatiza Lindbergh, informando ainda que o alto índice de assassinatos ocorre
pelo tráfico, milícia e policiais despreparados. O senador destacou que, além
da grande maioria das mortes ser de jovens negros, 93% são do sexo masculino.