As obras da sede da nova Câmara dos Vereadores de São
Francisco de Itabapoana, iniciadas em agosto de 2013, seguem sem previsão de
entrega. O presidente do legislativo, Renato de Buena (PP), informou que restam
algumas pendências que dependem da empresa responsável. Segundo ele, foi
necessário apoio jurídico para tentar notificar a construtora sobre os
problemas. A entrega da construção é esperada pelos sanfranciscanos, que hoje
contam com a Casa das Leis funcionando em um espaço alugado por cerca de R$ 9 mil
mensais. Com a conclusão do projeto, SFI terá finalmente a Praça dos Três
Poderes completa, uma vez que ao lado do novo prédio do poder Legislativo fica
o prédio da Prefeitura e do Fórum.
Renato contou que quando assumiu a presidência do
legislativo municipal as obras já estavam cerca de 80% concluídas — a
construção foi iniciada na época em que o vereador Claudinho Viana era o
presidente. Neste mesmo período, o terreno onde o prédio foi construído, doado
pela Prefeitura, ainda não havia sido transferido para a Câmara, o que
ocasionou a demora na instalação de uma subestação de energia. “A Ampla não
aceitou fazer a instalação da subestação, antes da escritura pronta em nome da
Câmara. Fui ao cartório, consegui regularizar a situação e depois a Ampla deu andamento”,
explicou.
O vereador disse que outras pendências apareceram, como
rachaduras em algumas paredes, goteiras e a “parede” de vidro, localizada na
fachada do prédio, foi danificada pelo vento. “Chamamos a empresa. Conversamos.
A empresa ficou de resolver, mas não resolveu”, relatou.
Com a demora na resolução dos problemas, a Câmara, segundo
ele, tentou entrar em contato diversas vezes com a construtora para entregar um
laudo feito por um perito contratado, que contém as informações do que ainda
falta ser realizado para a conclusão da obra. “Toda obra tem cinco anos de
garantia. Então, o correto, se a obra está com defeito, é a empresa consertar.
Tentamos várias vezes, não conseguimos. Mandei um funcionário da Casa até lá
(sede da construtora), não atenderam. Três tentativas pelo Correio, também não
atenderam”, disse. De acordo com Renato, recentemente, o procurador do
Legislativo pediu auxílio ao Fórum Municipal para tentar notificar a
construtora e, assim, agilizar o término da obra.
A Folha tentou entrar em contato mais de uma vez com a
construtora responsável, através de telefones de contato existentes no site da
empresa, onde, inclusive, há fotos da construção da nova sede da Câmara
sanfranciscana, mas não obteve êxito.
Custo foi de mais de R$ 1 milhão:
O presidente da Câmara dos Vereadores de SFI esclareceu que
não pode contratar outra empresa para finalizar a obra, sendo que ela já está
praticamente paga, pelos recursos próprios do legislativo. “(Falta) um restante
mínimo. Algo entre R$ 10 e 12 mil, que estava guardando a entrega”, disse.
Renato informou que a obra custou aproximadamente R$ 1.800.000.
Ele ressaltou que os aparelhos de ar condicionado e
sonorização, computadores e a mobília do plenário e dos gabinetes dos
vereadores — alguns móveis foram aproveitados da sede antiga — já foram
comprados e estão no prédio. O estacionamento, licitado separadamente, deve
ficar pronto nos próximos dias.
Por fim, o vereador ressaltou que é do interesse e anseio de
todos a mudança para a sede nova.
— A vontade de todos os 13 vereadores é mudar. Tem eleição
em outubro. Ninguém sabe quem vai ser reeleito e quem não vai. Lá vai ser um
lugar melhor. Hoje a gente tem gabinete dividido. Lá cada um vai ter o seu
gabinete — disse ao ressaltar que a Câmara está à disposição da construtora.
“Eu não tenho nada contra a empresa. Hoje eu só estou me precavendo da minha
situação no amanhã, pois quem é gestor tem que prestar contas. Eu só quero
fazer correto para não ter problemas”, conclui.
Governista tem cobrado mudança:
Paralelo ao que foi dito por Renato de Buena, quanto ao
desejo de mudança para a nova sede do poder legislativo, o vereador líder do
Governo, Marcelo Garcia (PSDB) afirmou que “a minha vontade era de retornar os
trabalhos em 2016 no prédio novo, todo mundo ganha com isso, a Câmara, os
funcionários e o povo. Infelizmente isso não ocorreu, e por isso tenho cobrado
(nas sessões)”.