A Operação Lava-Jato investiga se a cobertura vizinha à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi comprada com dinheiro da Odebrecht. O imóvel fica no edifício Green Hillon, mesmo prédio onde mora o petista, em São Bernardo do Campo.
De acordo com O Globo, em dezembro de 2010, o
proprietário da cobertura, Glaucos da Costamarques, recebeu R$ 800 mil da DAG
Construtora, investigada por ser usada pela Odebrecht para negócios ilícitos.
No início de 2011, Glaucos comprou o apartamento e alugou para
Lula.
Enquanto o petista era presidente, a porta ao lado
abrigava agentes de segurança dele pagos pelo governo federal. Até 2010, o
valor investido foi de R$ 54,6 mil, mais do que o que foi desembolsado
pelo ex-presidente nos anos seguintes.
Lula declarou ter pago R$ 42 mil em 2011, R$
46,2 mil em 2012 e 46,8 mil em 2013, R$ 49,8 mil em 2014 e R$ 51,3 mil em 2015
pelo aluguel.
Marcelo Odebrecht e mais 50 fecham acordo de delação
premiada:
O acordo de delação premiada entre Marcelo Odebrecht e os procuradores da Operação Lava Jato está fechado, embora ainda haja alguns pendentes de acertos finais entre investigadores e investigados.
Segundo adianta a reportagem do jornal O Globo, também
foram fechados os acordos de delação de mais de 50 executivos e funcionários da
maior empreiteira do país.
A expectativa é essas sejam as maiores revelações já
firmadas no país no âmbito da Operação Lava Jato.
As negociações duraram cerca de oito meses e, de acordo
com as fontes ouvidas pela publicação, as acusações atingem “de forma
democrática” líderes de todos os grandes partidos que estão no governo ou na
oposição. “No caixa dois da Odebrecht não havia distinção partidária ou
ideológica”, diz uma fonte.
Um dos envolvidos na Lava Jato considera que não será o
fim do mundo, “mas são informações suficientes para colocar o sistema político
em xeque”, cita o texto.
Dez investigadores do Ministério Público Federal devem
interrogar mais de 50 delatores. Um número, ainda não confirmado, indica a
existência de 68 delatores. Na Lava Jato, geralmente um delator presta cerca de
dez longos depoimentos e alguns são chamados para prestar esclarecimentos mais
de 50 vezes.
O jornalista Jailton de Carvalho refere que, uma das alternativas
para ouvir tantos investigados será organizá-los conforme a relevância na
hierarquia da propina, dessa forma, os ocupantes de cargos importantes deverão
ser interrogados primeiro.
Marcelo Odebrecht e outros executivos citaram, durante a
fase preliminar das negociações, pelo menos 130 deputados, senadores e
ministros e 20 governadores e ex-governadores. Segundo O Globo, entre os nomes
citados estão o do presidente Michel Temer, e dos ministros Eliseu Padilha,
José Serra e Geddel Vieira Lima.
Além disso, há impliciações sobre o ex-ministro Antonio
Palocci, Guido Mantega e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).