segunda-feira, 4 de junho de 2018

"Ex-Governadores do Rio de Janeiro Rosinha e Garotinho são interrogados pela Justiça Eleitoral como réus da Caixa D’água!"



Começou, na tarde desta segunda-feira (4/6/18), no Fórum Maria Tereza Gusmão, o interrogatório dos réus da ação penal oriunda da Operação Caixa D’água, entre eles a ex-prefeita de Campos, Rosinha Garotinho e seu marido, Anthony Garotinho. Eles são acusados de extorquir dinheiro de empresários para criação de caixa 2 e movimentação financeira para campanha eleitoral. O esquema foi descoberto pela Polícia Federal em 2017.

O casal participou do interrogatório, mas não esclareceu nada. Rosinha solicitou o direito de ficar em silêncio, por ter sido orientada a falar somente na presença do advogado dela, que não compareceu à oitiva. Para não adiar – mais uma vez – o interrogatório, o juiz Ralph Manhães nomeou dois advogados dativos para representar os réus: Paulo Barbosa Xavier e Roberto Almeida dos Santos.

Anthony Garotinho repetiu o posicionamento de Rosinha e acrescentou que teve seu direito cerceado por não ter sido previamente notificado de que seria representado por advogados dativos. “Ele teve problemas de saúde e passaria por uma cirurgia no último dia 24, mas o procedimento foi adiado por conta da greve dos caminhoneiros”.

Os políticos Thiago Godoy, Suledil Bernardino e o empreiteiro Ney Flores também prestaram depoimento. Todos negaram as acusações. Flores se negou a responder as perguntas do juiz e do Ministério Público e esclareceu apenas os questionamentos da defesa. Ele disse que participou da campanha na qual Garotinho concorreu ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, mas que ele não era coordenador financeiro da campanha, como consta na denúncia. Ney negou que tenha pedido a empresários qualquer recurso para a campanha.

A defesa de Flores pediu uma acareação do réu com o também empresário André Luiz da Silva Rodrigues, que assinou acordo de delação premiada, e com o deputado estadual Geraldo Pudim, que foi ouvido na qualidade de testemunha de acusação. No entanto, o juiz indeferiu o pedido. “Entendo não ser pertinente uma acareação entre testemunhas e réu, já que não há qualquer dúvida em relação aos depoimentos já prestados”, justificou o magistrado.

O ex-presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues, e Fabiano Rosas Alonso, que também são réus na mesma ação penal, conseguiram, por meio de uma liminar, o direito para serem ouvidos por carta precatória. Por isso, eles não compareceram ao Fórum de Campos nesta segunda.

A defesa de Antônio Carlos Rodrigues pediu para que o processo fosse desmembrado e que ele respondesse à ação penal separadamente aos demais réus. Mas o Ministério Público e os advogados de Thiago Godoy foram contra ao pedido, alegando prejuízo à defesa dos outros implicados.

A audiência para interrogatório dos réus estava marcada para o dia 18 de abril, mas foi adiada devido a um problema de saúde do advogado do casal Garotinho.

Operação Caixa D’água: A Polícia Federal deflagrou a operação no dia 22 de dezembro de 2017. Além de Rosinha e Garotinho, foram presos Thiago Godoy, Suledil Bernardino, o empreiteiro Ney Flores, o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro, o ex-ministro dos Transportes e então presidente nacional do Partido da República (PR), Carlos Antônio Rodrigues e o filho dele, Fabiano Rosas Alonso. Segundo a PF, o grupo criminoso agia exigindo dinheiro de empresários para criação de um caixa 2 para financiamento da campanha eleitoral de Garotinho para o Governo do Rio, em 2014. Em troca do pagamento de dinheiro para a campanha, os empresários receberiam os valores devidos que tinham com a Prefeitura de Campos, por meio de contratos que não haviam sido pagos. O esquema foi denunciado por um dos empresários extorquidos, André Luiz Rodrigues, o Deca, que compareceu à PF e é citado no processo como autor de delação premiada.

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